Guide for the Care and Use of Laboratory Animals -- Portuguese Edition (1996)

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2 AMBIENTE, ALOJAMENTO E MANEJO DE ANIMAIS Sao essenclals ao bem-estal dos animals, a qualldade dos dados de pesqulsa e dos programas de enslno ou testes em que se utillzam anlmais, bem como a saude e seguranca das pessoas neles envolvldas as condicbes de alojamento e das instala:6es dos animals. Um bom programa de gerenclamento estabelece amblente, condlc6es de alojamento e culdados que permltem aos animals crescer, desenvolver-se e reprodozlr-se em perfelto estado de saude; prove seu bem-estar e mlnlmlza as varlacbes que possam afetar os resultados das pesquisas. E como algumas praticas dependem de fatores que sao peculiares a determlnadas lnstltulcbes e sltuacbes, deve-se contar com pessoas bem treinadas e motivadas para real lzar um trabalho de quall dade co m os an imals , mesmo em lnsti tuic6es que nao o ferecem as co ndic6 es ideal s no q ue se refere a equipamentos e lnstalacbes. Ao se elaborar um planejamento sobre amblente, condlcbes de alojamento e manejo de anlmals os segulntes farores devem ser observados: · A especie, a linhagem e raca do animal e suas caracter(sticas indlvlduals, como sexo, ldade, tamanho, comporramento, experlcnclas plevias e saude. · A capacldade dos animals de poder constltuir grupos com lndlvlduos da mesma especle atraves da vlsao, olfato e posslvelmente contatos, quer os anlmals sejam mantldos lsolados ou em grupos. · O projeto e as condlcbes de construcao do aloJamento. · A dlsponlbllldade ou convenlencla de enriquecimento ambiental. · Os objetivos do projeto e o delineamento experimental (por exemplo, producao, reproducao, pesquisa, testes e ensino). · A intensidade da manipulacao animal e do grau de lnvasao dos procedlmentos realizados. · A presenca de materlais perigosos ou causadores de doenca. · A duracao do periodo de contencao do animal.

2s - Manual sobr-e Cuidados e Usos de Animais de taboratorio Os animais devem ser alojados com o prop6sito de maximizar os comportanrentos espec(ficos da especie e de rninimizar os cornportamentos individuais de estresse dos animais. Para especies sociais isto requer alojar os animais em pares ou em grupos compativeis. Sobre a forma de alojar o mais adequadamenre os animais, devem-se consultar pessoas responsaveis sobre cuidados animal, e ainda solicitar ava iasao e aprovafao da Comissao (IACUC). As decisbes tomadas pela Comissao, juntamente com o pesquisador e com o medico-veterinario, devem visar aos mais altos padrdes de saude e conforto das especies e ser compatlveis com os objetivos da pesquisa. Apbs as decisbes tomadas, devem ser feitas avaliasbes dos objetivos para reforsar a adequasao do ambiente, da produsao e do manejo dos animais. Os locais onde se mantem animais devem ser adequados a especie, ao seu histbrico e aos objetivos de seu uso. Para algumas especies, e aconselhavel imitar seu ambiente natural para fins de reprodusao e manutenSao Convem tambem solicitar orientasbes especializadas no caso de exigencias especificas relacionadas com o experimento ou com os animais (por exemplo, uso de agen tes p eri go so s , estudo s de co m p o rtam e n to e de an i mai s i m uno dep ri m i d o s , animais de fazenda e especies de laboratGrio nao-tradicionais). Nas seq6es seguintes apresentam-se algumas corrsiderasoes acerca do ambiente flsico em pesquisa de animais mais comumente utilizados a seguir. AMBIENTE FlSiCO Micro e Macroambientes O mieroambiente diz respeito ao espago flsico imediatamente pr6ximo ao animal: o recinto primario, com sua temperatura prdpria, umidade e composisao de gases e particulas do ar. 0 macro am bien re refere-se ao ambiente fisico secundario - como por exemplo, a sala, o estabulo ou o hlbitat externo. Embora ambos os recintos (macro e microambientais) sqam ligados pela ventilacao entre os recintos primario e secundario, o ambiente no recinto primario pode ser bem diferente do secundario, e sofre influencia pelo desenho dos dois recintos. M ens urar as caracte r(sticas do micro am b iente pode ser dificil em recinros primarios pequenos. Segundo dados dispon(veis, pode-se afirmar oue a rernneratura, a umidade e as concentracbes de gases e material

2 - Ambientes, Condlgoes de Alojamento e Manejo de Animals - 29 particulado geralmente sao mais altas no micro do que no macroambiente animai (Besch, 1980; Flynn, 1959; Gamble e Clough, 1976; Murakami, 1971; Serrano, 1971). Sabe-se que as condis6es do microambiente podem induzir mudansas nos processos metab61icos e fisiol6gicos ou alterasbes na suscetibilidade as doensas (Broderson et al., 1976; Schoeb et al., 1982i Vesell et al., 1976). Alojamento Reartos Pnm~rios O recinto primario (geralmente gaiola, cercado ou esrabulo) limita-se ao ambiente imediato do animal. Sao considerados recintos primarios satisfatbrios aqueles que permitem: · A realizasao das necessidades fisiol6gicas e comportamentais normals dos animals, incluindo micsao e defecasao, manutensao da temperatura corporal, movimentos normais e ajustes de postura e, quando indlcado, reprodusao. · A interasao social coespeclfica e desenvolvlmento de hlerarqulas dentro/ou entre reclntos. · Que os animals petmanesam limpos e secos (de acordo com as exigenclas da especle). · Ventllasao adequada. · Que os animals tenham acesso a comlda e a agua e facllidade na colocasao, recolocasao, troca, manutensao e limpeza de bebedouros e comedouros. · Um amblenre seguro que lmpesa a fuga ou prlsao acldental de animals, ou de seus membros, entre superficles opostas ou por aberturas na estrutura. · Evltar lesdes aos animals, por nao apresentarem arestas ou pontas afiadas. · Que os animals possam ser observados com um minimo de perturbasao para eles. Os recinros primarios devem ser construidos com materiais que posslbllitem atender tanto as necessidades do animal quanto as condisbes de higiene. Para isso, e necessario que suas superficies sojam lisas e impermeaveis, com um minimo possivel de arestas, angulos, cantos e

30 - Manual sobre Cu idad os e usos de Animals de Labora t6t lo superficies sobrepostas, para lmpedlr o acumulo de sujeira, redazir a quaoridade de fragmenfos e umldade e facllltar a llmpeza e deslnfeccao. Devem ser constrmdos com materials reslstentes a corrosao e serem capazes de suportar o manuselo mals forte sem lascar, rachar ou enferrujar. Materlais menos duraveis, como a madeira, podem, por exemplo, ser utillzados em algumas situacbes (como viveiros, cercados e currais externos), para construlr polelros, escadas, areas de descanso e cercados para reclntos primarios. Uma vez que a madelra e propfcla a soErer danos e ser de dificil hlglenlza,cao, objetos feltos com ela devem ser repostos perlodlcamente. Os reclntos prlmarlos devem ser maurldos em bom esrado de conservacao para evltar que os animals sofram lesoes ou fujam. Devem proporcionar conforto fislco e facllitar a hlgiene e a manutenSao desses recintos. Equlpamentos enferrujados ou oxidados ameacam a saude e a seguranca dos anlmais e por lsso devem ser consertados ou substituldos. Al guns al oj amentos devem p ossu lr equi pamento espec ial de ventllacao e de galola, lnclulndo galolas com tampas de filtro, galolas ventlladas, lsoladores e cubiculos. Geralmente, a finalidade desses siste- mas e a de dimlnuir a possibilidade de disseminaSao de agentes pato- genlcos por via aerea entre gaiolas ou grupos de galolas. Multas vezes, esses slstemas exigem praticas de producao diferentes, como altera,cdes na frequencia de troca de cama, uso de tecnicas assepticas de manipulacao e rotinas especiais de limpeza, desinfeccao ou esterillzacao, para prevenlr a transmlssao mlcroblana por outras vias que nao a resplrat6rla. Apesar de os roedo res serem freq ue nrem ente al oj ados em galolas com piso gradeado meralico - o que favorece a higiene da gaiola, porque permite a passagem de &zes e urlna para uma bandeja coletora - algumas evidencias, no entanto, sugerem a preferencla por alojamento em galolas com fundo s61ido, com cama (Fullerton e Gilliatt, 1967; Grover-Jonhson e Spencer, 19gl; Ortmam et al., 1993). Logo, e esse o tipo de alojamento (em gaiolas com fundo s61ldo e cama) recomendado para roedores. Piso coberto com vinll e frequentemente usado para outras especies, como caes e primaras nao-humanos. Sobre esse aspecto do programa sobre cuidados animal, a revisao feita pela Comissao ( IACUC) assevera que e preciso assegurar um alojamento que aumente o conforto dos animals sempre de acordo com boas normas de higlene e com as exlgenclas do Droieto de nesoulsa.

2—Arnbientes, Condigoes de Aloiamento e Manejo de Animais - 3l Alojamento Coberto ou Externo Alojamentos cobertos ou externos - como estabulos, currais, pastagens e ilhas - constituem metodos comuns de alojamento primario para algumas especies e sao adequados para muitas situacbes. Em geral, os alojamentos externos favorecem a manutencao dos animais em grupos. Quando os animais sao mantidos em cercados, currais ou outros recintos externos grandes, deve haver protecao contra temperaturas muito aitas ou outras condicbes climaticas adversas, e devem existir mecanismos de protecao e de fuga adequados para os animais encerrados. Estes 3,: objetivos podem ser alcancados por meio de estruturas como quebra- 'b ventos, abrigos, areas sombreadas, areas com ventilasao for,cada, estruturas dissipadoras de calor ou meios para abrigo em lreas com condisdes cspecificas, como porcbes inrernas de um cercado. Os abrigos devem ser acessiveis a todos os animais, possuir ventilacao suficiente e serem projetados para evitar o acumulo de material excretado e umidade excessiva. Casas, abrigos, caixas, prareleiras, poleiros e outras estruturas devem ser construldos com materiais que permitam a limpeza e a substituiSao quando as estruturas estiverem excessivamente sujas ou gastas, de acordo com as praricas de producao vigentes. Os pisos ou as superf(cies ao nlvel do chao dos alojamentos externos podem ser cobertos com tetra, cama absorvente, areia, cascalho, grama ou material similar de modo que possam ser removidos ou substituidos quando se fizer necessario, a fim de assegurar uma higiene adequada. O acumulo excessivo de excreta dos animais e de agua estagnada deve ser evitado atraves do uso de superficies arrendondadas ou drenadas, por exemplo. Outras superficies devem ser capazes de suportar as condicbes ambientais e serem de facil manutencao. O manejo bem-sucedido de um aojamento externo depende de fatores como: · Periodo de aclimatacao adequado, anterior as mudansas sazonais, quando os animais forem introduzidos pela primeira vez num alojamento externo. · Treinamento dos animais para cooperarem com o medico- veterinario e com o pessoal de pesquisa e para subirem e descerem rampas ou enttatem em gaiolas para contencao ou transporte. · Ambiente social adequado a especie.

32 - Manr~al sob~e Cui<lados e Usos de Anin~ais de l.aboralo:-io · Agr up am enfo de an i mais compativei s . · Seguranca adequada arraves de uma cerca ou de ourros melos. Ambientes Naturais A urilizasao de lreas como pasragens e llhas proporclonam um amblenfe adequado a manurencao ou producuo de animals e a alguns tlpos de pesqulsa. Seu emprego, no entanfo, provoca um certo descontrole allmenrar, de culdados, de observafao da saude e do manejo genetlco dos animals. Por lsso, devem-se ponderar essas llmltacbes dlante dos beneficlos advlndos do fafo de os animals vlverem em condlcbes mals naturals. Esses locals favorecem a lnsercao dos animals em grupos socials, a sua remocao e devolucao a eles, levando-se sempre em consldera,cao os efelfos causados ao animal em quesrao e ao grupo. Aos animals em tais amb l enfes devem se r garan tldo s tam b em s up r l men to s adequado s de comlda, lgua fresca e abrlgos naturals ou construidos. Recomendac6es de Espac,o No que diz respeifo as necessidades de espaco para um animal, este e um problema complexo e nao basta conslderar apenas o peso corporal ou a lrea de superffcle do animal. Assim, as orienracdes sobre esp aco aq ui ap resenfadas se b as el am em o p l n i 6es e exp erienc i as profisslonals e por isso devem ser conslderadas como recomendac6es lmporrantes acerca do ramanho mals adequado para gaiolas de animals em condicbes normals de bloferios. A altura vertical, a estrutura do espaco e o enriquecimento ambiental podem aferar claramente o uso do espaco pelos anlmais. Algumas especies podem se beneficlar mals com o espaco das paredes (como os roedores "tlgmorltlcos"), com abrlgos (como alguns primatas neotropicais) ou com a complexidade das gaiolas (gatos e chlmpanzes) do que slmplesmente com o aumento no espaSo do plso (Anzaldo ef al., 1994; Sfrlcklln, 1995). Asslm, nao se devem basear as recomendac6es sobre o famanho das galolas apenas no espaco do plso. Nesse senfldo o Manual dlfere da AWRs (ver nota 1). A dlsfrlbulcao de espaco deve passar por reavaliacao e sofrer modl ficacdes semp re que necesslrio, para p ro ceder as co ndic6es de alojamento de acordo com as necessldades dos anlmais (por exemplo,

2:? 2 - Ambientes, Condisoes de Alojamen~o e Manejo de Animais - 33 para os cuidados prc e pbs-nafal, para animais obesos e para alojamentos individuals ou em grupos). fndlces de desempenho animal como sa(lde, reprodusao, cresclmento, comportamento, arlvldade e uso de espaso podem ser usados para avallar a adequasao do alojamento. Como requlsltos minimos consldera-se que o animal deve ter espaSo suficiente para se vlrar e reallzar movlmentos corporals normals, para ter acesso a comlda e a agua, e espaso suficlente com cama llmpa ou livre para se movlmentar e descansar. Para gatos, convem lnclulr na galola uma superficle elevada para descanso, o que e tambem lndlcado para caes e macacos, ou alnda lnclulr polelros. Quando se tratar de areas para descanso no plso , elas devem ser co ns lderadas co mo p arte do espaso do plso. Espasos ocupados por comedouros, bebedouros, calxas de llxo ou outros objetos que nao soiam destlnados para movlmento ou descanso nao devem fazer parte do espaso do plso. As necessldades e tlpos de ajustes nos espasos dos reclntos prlmatlos recomendados na tabela a segulr devem ser aprovados em amblto lnstltucional pela Comissao (IACUC), e se basear nos resultados de desempenho como descrlto anteriormenre, com a devida considetasao dos AWRs e da Pohtica do PHS (ver nota 1). Para isso pode-se soLcirar ajuda de um profisslonal da area, fazer uma revlsao da llreratura e de p ratl cas mals co muns, al em de co nsl derar as necessl dades flslcas , comportamenrals e socials dos animals e natureza do protocolo e suas exlgenclas (Crockett er al., 1993, 1995). Avallasao das necessldades de espaso dos animals deve ser um processo contlnuado e, com o passar do tempo ou com protocolos de longa durasao, pode ser necessarlo fazer aj us tes no espaso do p lso e na al tu ra, alem de outras modl fi casoes . Nao esta dentro do escopo deste Mar~ual dlscutlr as exlgenclas de alojamento de todas as especles utlllzadas em pesqulsa. Para especles nao menclonadas aqul, podem-se adotar como prlnclplo a dlstribulsao de espaso e a altura para um animal de tamanho equlvalente e com um perfil de atlvldade e comportamento semelhanres. Isso permitira a realizasao dos ajustes necessarlos, levando-se em consldetasao as necessldades especlficas da especle e individuals do animal. Sempre que for possivel, desde que nao sqa contra-lndlcado pelo protocolo em questao e nao of eresa rlsco indevldo aos animals, os animals socials devem ser alojados em pares ou em grupos, e nao individuahnente (Brain e Bentlon, 1979). Alem disso, dependendo de uma variedade de

34 - Manual sobre Culdados e usos de Anl~nals de Laborat6rio fatores biol6gicos e comportamentais, os animals aloiados em grupos podem precisar de malor ou menor espaso total por animal do que os animals alojados individualmente. Nesse sentido, as orienrac6es a seguir estao baseadas na hip6tese de que se prefere o alojamento por pares ou em grupos, em lugar do alojamento individual, mesmo quando os membros desses pares ou grupos tenham menos espaco por animal do que quando alojados indivldualmente. Por exemplo, cada animal pode divldir o mesmo espa,co alocado aos animals com os quais esta alojado. Alem dlsso, alguns roedores ou suinos alojados em grupos compadveis procuram uns pelos outros e compartllham o espaco da gaiola aninhando- se juntos ao longo das paredes, deltando-se uns sobre os outros durante os perlodos de descanso ou agrupando-se em areas de abrlgo (Whlre, 1990; White et al., 1989). Bovinos, ovinos e caprinos demonstram comportamento de rebanho e buscam associac6es em grupo e contato flsico direto. Ja alguns outros animals, como varlas especles de primatas nao-humanos, podem precisar de mais espaco individual quando aloJados em grupo para reduzir o nivel de agressao. A altura dos reclntos pode ser importante para o comportamento normal e para os ajustes de postura de algumas especies. A altura das galolas deve levar em consideracao as posturas tipicas de cada animal e proporcionar espaco livre suficiente para os componenres normals de uma gaiola, como comedouros e bebedouros, incluindo os tubos de bobedo u ro s . Algum as esp ec l es de pri maras nao -human os precis am de dimensbes verricais da gaiola em uma proporcao maior do que o piso. Nesse sentido, a capacidade de se pendurar e o fato de possuir espa,co vertical suficiente para manter todo o corpo acima do piso da gaiola aumenra seu bem-estar. A distrlbulsao de espaco para os animals deve se basear nas tabelas a seguir, embora, dependendo das necessidades, sqa necessario aumentar ou diminuir as suas dimensbes, o que requer sempre a aprovacao da Comissao (IACUC), e de estarem embasados nos criterlos anteriormente mencionados. A Tabela 2.1 apresenra a distribuicao de espaco recomendada para roedores de laboratbrio mais comumente usados e alojados em grupos. Se a oiados individualmenre ou se excederem os pesos da tabela, havera necessidade de mais espaco para os animals.

2 - Ambientes, Condlcoes de Alojamento e Mallejo de Anlmais .i5 A Tabela 2.2 apresenta a distrlbuicao de espaco recomendada para outros animals de laborardrio mals comumenre usados. Esta dlstrlbulcao se basela, geralmenre, nas necessldades de animals alojados uldlvldualmente. Nesse caso, e necessario rambem sempre reavallar a dlstrlbulSao de espaco para melhorar o reclnro prlmarlo OU para acomodar animals com peso superior aos da rabeia Quando se rrarar de alojamento em glUpO, nao e preclso, para determinacao do espaco rotal, basear-se necessarlamente na soma dos valores estipulados para animals aloiados lndivldualmente. Para isso, ievam-se em conra as necessidades lndlvlduais da especie, o comportamento, a compatibilidade dos animals, o mlmero de animals e as razoes para o alojamento dos anlmais. TABELA 2.1 - Espaco recomendado para roedores de laborarbrio comumente usados e alojados em grupos. Animals Peso, g Area do plso/animai,pol2~ A rura,6po ca nundollgos - ~; Art 15 6 5 "j, Art 2s i2 5 >25' 215 s Raros <100 17 7 Ate 200 23 7 Arc 300 29 7 Art 400 40 7 Arc soo GO 7 >50o~ >70 7 ~tm~ters <60 i0 6 Are 30 13 6 A[t 100 16 6 >1003 219 6 Cobaias <350 60 7 >35o~ > 1 0 1 7 ara converrer polegadas quadradas em cenclmetros quadrados, mulripliclr por 6,4s ~ Do piso da gaiola ao ropo da gaioia 'Para converrer polcgadas em cenrlmerros, mulriplicar por 2,s4. ~Animais maiores podem exigir mais espago para sarisfazer os modelos de desempenho (ver rexro)

36 - Manr~al sobrc Cuidados e Usos de Anu~ais de Laboiatoiio TABELA 2.2 - Espaco recomendado para coelhos paros caes prirnaras nao-humanos e passaros Au~ima~sPeso kg~ Area do piso/Amma peS'6 Altura~ poR Coelhos <2 1 5 14 Arc 4 3 0 14 Ar6 5 4 4 0 14 '5 4' 25 0 14 Garos <4 3 0 24 >4 24 0 24 Caes' < 15 8 0 Ate 30 12 0 >30 224 0 I'rUnarasr ~ (h~cluiado babulans) Gn~po I Are 1 1 6 20 Grupo 2 At6 3 3 0 30 Grupo 3 Ar6 10 4 3 30 Grupo 4 At6 15 6'a 32 Grupo 5 Are 25 8 0 36 Gn~po 6 Are 30 10 0 46 Grupo 7 >30' 15 0 46 Grandes Prunaras (Poagidae)6 Grupo I Ate 20 1() 0 S5 Grupo 2 Are 35 15 0 60 Grupo 3 >30' 25 0 84 Pombosi C 0 8 Crdornasi C 0 25 Galiahasi <0 25 0 25 Ate 0 5 a~s() Ar6 1 5 1 00 Ate30 200 _ >3U' 2300 _ - Para converrer quilogramas em libras nuiriplicar por 2 2 ~ I'ara converrer pcs quadrados em metros quadrados muiripEcar por 0 09 'Do piso da gaiola ao topo da gaiola ~Para a~avcrrer polegadas em ceatiraetros muiriplicar por 2 54 'Aaimais maiores podem exigir mais espaso para satisfazer os modelos cle desempeaho (ver t~xto). FEsras recomendaq6es podem exigir modificaq6es de acordo com a esrrututa fisica especifica de cada anima e da rasa Alguns caes especia meate aqueles pt6ximos do lUnire superior de

- ~ D cada classe de peso, podem exigir espaco ad~cional para garantir a conformidade com os regulamentos do Animal Welfare Act" Estes regu amemt s (CFR, 1985) determinam que a a tura de cada gaiola seja suficiente para permitir ao ocupante ficar em pe numa "posiq50 confortavel" e que o minimo quadrado de espaco do piso seja igual ao quadrado da soma do comprimenm do c50 em polegadas (medido da ponra do focinho a base da cauda) mals 6 polegadas, c o produm dividido por 144. CCallirrichidae, Cebidae, Cercopirhecidae c Pepio. Os babuinos podem precisar de mais alrura que ounos macacos. ~ Para algumas especies (por exemplo, Brarhytela, Hylohates, Symphaiangtss, Pongo e Pan), a alrura da gaiola deve ser tal que um anima possa, quando compleramente estendido, ba ancar do teto da gaiola sem que seus pes toquem o piso. O desenho do reto da galola deve acenmar os movimenros de braquiac50 ' G ran des primaras pesando mals de 5 0 kg s50 m als efici enrememe al ol ados em hrsta aciies permanentes de a venatia, concreto e estrumra de paineis de arame do que a ojados em guolas convencionals. iA almra das galolas deve ser suficiente para que os animals fiquem etetos com seus pes no piso. 2 - Amblentes, Condifoes de Alojamento e Manejo de Animais - 37 A Tabela 2.3 recomenda a distribul,cao de espaco para animals de fazenda mais comumente usados num ambiente de laboratbrlo. Quando os an i mals, aloj ado s l ndlvi dual m en te o u em grupo s , tiverem exced ldo os pesos da tabela, pode haver necessldade de mais espaco. Se forem alojados em grupo, sera preclso provldenclar o acesso a agua e um espa$o adequado para o comedouro (Larson e Hegg, 1976; Midwest Plan Service, 1987). Temperatura e Umidade Para o bem-estar dos homeotermlcos, e necessarlo manter a temperatura corporal dentro dos parametros normals. Geralmente, a exposifao de animals nao adaptados a temperaturas acima de 29,41 C (85 F) ou abalxo de 4,4 C (40 F), sem acesso a abrigos ou a outros mecanlsmos de protecao, pode produzlr efeltos clLnlcos (Gordon, 1990) que podem oferecer rlsco de vlda. Ha de se ressalvar que os animals podem se adaptar a extremos por meio de mecanlsmos comportamentals, fisiol6glcos e morfol6glcos, mas tal adaptacao requer tempo e pode alterat os resultados do protocolo, ou, de outro modo, afetar o desempenho dos animals (Garrard et al., 1974; Gordon, 1993; Pennyculck, 19G7). A temperatura amblente e a umldade relatlva dependem do manqo e do desenho do alojamento e podem dlferlr conslderavelmm~tc enne recintos primarios e secundarios.

38 - Manual sob,e Cuidat os e usos de Animais de Labo~at6~io Os fafores que contribuem para a variacao na temperan~ra e na umidade referem-se ao material e a construcao do a ojameneo, ao uso de tampas com filtro nas gaiolas, ao nuLmero de animals por gaiola, a ventilacao forcada dos reclntos, a frequencla de troca da cama e ao tlpo de cama. TABEI~A 2 3 - Espaco recomendado para animais de fazenda comumente usados A. ~ . str~ n~' 1~' t~ ~ Ar - p ~ ~ i,n.t ~:~t' O\4lu~s c caprinos <25 10,0 Ate 50 I S,o ,50~ 20,0 2-5 <25 8,5 Ati 50 12,5 ,50: 17,0 ,5 <25 7,5 Are50 11,3 ,50t 15,0 sul'os <15 8,0 Are 25 12,0 Are 50 i5. Ate 100 24,0 Are 200 48,0 ,200 260.0 2-5 <25 6,0 Ati 50 10,0 Are 100 20,0 Ate 200 40,0 ,200: ,52,0 ,5 <25 6,0 Are 50 9 0 Ar6 ico 18,0 Ate 200 36,0 ,200: ,48,0

2 - Ambientes, CondiSdes de Alejamento e Manejo cle Animais - 39 TAsEl,A 2 3 - conrinua~ac Anunais/Recinto Peso,lgA AreadoPiso/Animal,pes28 Bovino, 1 <75 24,0 Are 200 48,0 Ace 350 72,0 Are 500 96,0 At6 650 124,0 >650 2144,0 2-5 <75 20,0 Are 200 40,0 Are 350 60,0 Are 500 80,0 Ato650 105,0 >650 2120 0 ,5 <75 18,0 Are 200 36,0 Ate 350 54,0 Ate 500 72,0 Art 650 93,0 >650 21()8,0 Cava os- Poneis >4/Pen ,200 72,() 60,0 272,u _ A Para converter quilogramas em libras, mulriplicar por 2,2 Para converrer pes quadrados e~n ~nenos quadrados, mulriplicar por 0,()9 ~Animais ~naiores pode~n exigimnais espafo para saristazer os Modelos dc des~napcnho (v.r texto) Algumas situacoes podem requerer o aumento da temperatura do ambiente, como nos casos de recuperacao pbs-operatbria, manutencao de pintos durante os primeiros dias ap6s o nascimento, alojamento de alguns roedores sem pelo e alojamento de neonatos separados de suas maes O aumento de temperatura depende das circunstancias do aloja- mento; as vezes, basta elevar apenas a temperatura no recinto primario, nao sendo necessario elevar a temperatura do recinto secundario Uma vez que nao se dispoem de estudos ainda mais aprofundados sobre o assunto, adotaram-se criterios profissionais e baseados na experien- cia sobre remperatura (Tabela 2 4) para v.Srias especies comuns de animais

40 Manual sobre G~ldados e usos de Animals de Laborat6rlo Por exemplo, no caso de animals alojados em espacos confinados, as varlasoes diarias de remperatura devem ser minimas de modo a evitar, pelo menos, grandes e continuas demandas dos processos metab61icos e co mpo rtamentals emp regados para co mpensar as mudancas de tempe- rarura do amblenre. O controte da umldade relatlva tambem e necessario, alnda que nao de modo rao rigoroso e preclso quanto a temperatura, Recomenda-se manrer a umldade relatlva entre 30% a 70%. As variacbes de remperatura constantes na Tabela 2.4 podem nao ser adequadas para anlmais silvestres em cativeiro, animals silvestres mantidos em seu am- biente natura ou animals em recintos externos aos quais e oferecida a oportunidade de se adaptarem atraves da exposicao as mudancas sazonais nas condicoes ambientais. Ventilacao Constituem objetivos da ventilacao: fornecer suprimento de oxigenio adequado; remover as massas de ar quente, produzidas pela respiracao animal, por luzes e equipamentos; diluir contaminantes gasosos e particulados; ajustar o conteudo de umidade do ar da sala; e, quando necessario, criar diferenciais de pressao estatica entre espacos adjacentes. Entretanto, nem sempre o estabelecimento de uma taxa de ventilacao da area significa que ela soja adequada para o recinto primario do animal e, assim, a qualidade do microambiente nao fica garantida. TABELA 2.4 - Temperaturas recomendadas para animais usados comumente em laboratbrio. Ani~na Camundongo, rato, hamstw, gerbo, cobaia Coelho Gaw, cao, primata nao-humano i nimals de fazellda e aves `,c '— 18-26 16-22 18-29 16-27 T~ rar ra — F 64-79 61-72 64-84 61-81 Para a maioria das especies ainda nao se estabeleccu o grau segundo o qual o movimenro do ar (correntes de ar) provoca desconforto ou consequencias biol6gicas. 0 volume e as caracteristicas fisicas do ar

2 - Amblenres, Condlgoes de Alojamento e Manejo de Animals - 41 fornecido a um ambienfe e seu padrao de difusao inf uenciam a ventilacao do recinto primario de um animal e sao lmportantes determinantes de seu microambiente. A relacao do tipo e da localizacao dos difusores do suprimento de ar e das aberturas de exaustao com o numero, disposicao, iocalizacao e tipos de recintos primIrios num ambiente ou outro recinto secundario afeta a eficiencia com que os recintos primarios sao ventilados e deve, porranro, ser considerada. O uso de modelos em computador para avaliar esses fatores em relacao a quantidade de calor e aos padrbes de difusao do ar pode ser uril na otimizacao da ventilacao de recintos primarios e secundarios (Hughes e Reynolds, 1995; Reynolds e Hugl1es, 1994). Por muitos anos vem se adorando a pratica de 10 a 15 trocas de ar fresco por hora para recintos secundarios, o que ja se aceita como padrao. Apesar de ser eficiente em muitas areas de alojamento animal, as linhas gerals de orlenracao nao levam em considerafao uma gama possfvel de massas de calor; a especie, o tamanho e o numero de animals envolvidos; o tipo de cama ou a frequencia de troca de gaiola; as dimensbes da sala; ou a eficiencia da distribuicao de ar do reclnto secundario para o primario. Em algumas situac6es, tais normas podem trazer alguns problemas causados pela superventilacao de um recinro secundario que contenha poucos anunais, provocando perda de energia, ou pela baixa ventilacao de um recinto secundario que contenha muitos animals, permitindo o acumulo de calor e odores. Para dererminacao mais precisa da ventilacao necessaria, pode-se calcular a taxa m ini ma de venri lacao (no rmalmente em p es cubi co s po r minuro) necessaria para equilibrar a quantidade de calor gerado pelos animals sollcltando-se auxillo de engenheiros mecanicos. O calor gerado pelos animals pode ser calculado utilizando-se a f6rmula media-total- ganho-calor publicada pela Sociedade Americana de Engenheiros de Calefacao, Refrigeracao e Ar-Condicionado (ASHRAE, 1993). Esta f6rmula independe da especie, e pode, portanto, ser aplicada a qualquer animal que gere calor. A ventilacao minima necessaria e determinada calculando-se o resfriamento necessario (carga total de resfriamenro) para controle da quantidade de calor gerado pelo maior numero de animals a serem alojados no recinto em questao, mais qualquer calor que possa ser produzido por fontes nao-animais, alem do calor que e passado pelas superffcies da sala. Esse metodo tambem pode ser usado para dererminar

42 - Manual sobre Cuidados e usos de Animais de Laboratorio o numero maximo de animais (baseado na massa total animal) que pode ser alojado num espaco segundo uma taxa fixa de ventilacao. Embora esre calculo possa ser usado para determinar a ventilacao minima necessaria para prevenir o aumenro de calor, outros fatores - como controle de odores, controle de alergenos, gera,cao de particulas e controle de gases gerados metabolicamente - podem exigir uma ventilacao maior que o mlnimo calculado. Quando a ventiiafao minima necessaria calculada for substancialmente menor que 10 trocas de ar por hora, taxas de ventilacuo menores podem ser adequadas para os recintos secund§rios, desde que nao resultem em concentracbes nocivas ou inaceitaveis de gases t6xicos, odores ou particulas no recinto primario. Da mesma forma, quando a ventilac,ao mlnima necessaria calculada exceder a 15 trocas de ar por hora, deve ser providenciada ventilacao adicional necessaria para controlar os outros fatores. Em alguns casos, a ventilacao fixa no recinto secundario pode exigir ajustes nos cronogramas de higiene ou limitacoes no numero de animais para manter condicoes ambientais adequadas. O alojamento em gaiolas com ventilac,ao forcada que utiliza ar filtrado da sala e ourros tipos de recintos primarios especiais com sup ri men tos de ar i ndependentes (isto e, ar nao extraido da sala) po dem efetivamente suprir as necessidades de ventilacao dos animais, sem a necessidade de ventilar os recintos secundarios. Entretanto, um recinto secundario deve ser suficientemente ventilado para controlar o volume de calor liberado dos recintos primarios. No caso de os recinros especializados possuirem filtragem adequada de gases e de partlculas para controlar os riscos de contaminacao, o ar reciclado podera ser usado nos recintos secundarios. Gaiolas de isolamento com filtros e sem ventilacao forcada, como as usadas em alguns tipos de alojamento de roedores, restringem a ventilacao. Para compensar, pode ser necessario ajustar as praticas de manejo - higiene, colocacao das gaiolas no recinto secundario e numero de gaiolas - para melhorar o microambiente e a dissipacao de calor O uso de ar reciclado para ventilar salas de animais propicia uma economia consideravel de energia, mas pode of erecer algum risco. Muitos pat6genos animais podem ser transportados pelo ar ou por meio de f6mites, como a poeira, de maneira que o ar aspirado a ser reciclado nos sistemas de calefacao, ventilacao e ar-condicionado (HVAC) que

2 - Ambientes, Condicdes de Aloiamento e Manejo de Animais - 43 abastecem vlrias salas of erece perlgos de contamlnasao cruzada. Por isso, esse ar deve passar por filtros HEPA (filtragao de alta eficlencla de ar partlculado) para remover partlculas transportadas pelo ar antes de ser reclclado. e o grau e a eficlencla da filtra,cao devem ser proporclonais ao risco estimado. Encontram-se filtros HEPA com vlrios graus de eficiencia que podem ser usados segundo a estimativa do risco (ASHRAE, 1992, 1993). 0 ar que nao se orlgina de Ireas de uso animal, mas que tenha sido utilizado para ventilar outros espacos (por exemplo: Ireas de ocupacao humana e areas de armazenamento de comida, camas e suprimentos), pode ser reciclado para ventilacao de espacos anlmais e pode necessltar de fi ltraSao e co ndlci o namen to menos l ntensos do que o ar reclclado de espacos usados por animals. Entreranto, os rlscos em algumas situacbes podem ser muito grandes para se considerar a reciclagem do ar (por exemplo, no caso de Ireas ocupadas por prlmaras nao-humanos e Ireas onde ocorrem agentes biol6gicos perlgosos). Os gases t6xlcos ou causadores de odor, como amBnla, podem ser mantidos dentro de limites aceltlveis se forem removldos pelo slstema de ventilaSao e substituldos por ar com uma menor concentra,cao ou ausencia desses gases. Para essas substanclas, o rraramento do ar reclclado por meio de absor,cao qulmlca ou de escovacao pode ser eficlente; entretanto, prefere-se o uso de ar nao-reclclado para a venrilacao de Ireas de uso e manuten,cao animal. Pode-se empregar ar reciclado em que se utlllzaram filtros HEPA sem filtracao gasosa (como filrros de carvao atlvado) somente em apllcacoes llmltadas e desde que: · O ar da sala soia misturado com pelo menos 50% de ar fresco (lsto e, o suprlmento de ar nao excede a 50% do ar reciclado). · As prltlcas de manejo, como a frequencia de troca da cama e de lavagem das gaiolas, bem como o tratamento do ar reciclado usado sejam suficientes para minimizar os odores e os gases t6xicos. · O ar reciclado seja devolvido apenas a sala ou a area de onde foi gerado, exceto se vler de outras areas que nao sejam de alojamento animal. · O ar reciclado seja apropriadamente condiclonado e mlsturado com ar fresco suficlente para servlr as necessidades termicas e de umldade dos animals naquele espa,co. As rrocas frequentes da cama e a lavagem das galolas, juntamente com as prltlcas de manejo, como balxa densldade de animals dentro da sala e temperatura amblental e umldade mais baixas, rambem podem

1 44 - Manuai sobre Cuidados e usos de Ani~nais de Laboratorio reduzir a concentracao de gases t6xlcos ou causadores de odor no ar da sala de animals. Asslnale-se que o tratamento do ar reciclado, tanto para contamlnantes gasosos como para parrlculados, e caro alem de nao ser eficlente se os slstemas de filtracao nao receberem manutencao adequada ou forem lnsuficientes. Assim, para melhorar a eficl@ncla desses slstemas, e necessIrlo o&recer manutencao e monltoramento adequados. Para o bom funclonamento de qualquer slstema de HVAC, e necessIrlo reallzar manutencao e verlficasao regulares, lnclulndo a avallacao de seu desempenho no segundo reclnto. Nessas avallac6es devem-se verlficar os volumes de suprlmento e exaustao de ar, bem como dos dlferenclals de pressao estItlca, quando lndlcados. llumina,cao A laz pode afetar a fisiologia, a morfologia e o comportamento de vIrios animals (Brainard et al., 1986; Erkert e Grober, 1986; Newbold et al., 1991; Tucker et al., 1984). Fatores luminosos potencialmente estressantes incluem fotoperiodo inapropriado, intensidade luminosa e qualidade espectral da luz (Stoskopf, 1983). Numerosos fatores podem afetar as necessidades dos animals a luz e devem ser considerados ao se determinar o nivel de llumlnacao adequado para uma sala de mamltencao de animals. Esses fatores referem-se a intensldade de luz, a duracao da exposi,cao, ao comprimento de onda da luz, ao hlstbrlco de luz do animal, a pigmenta,cao do animal, ao tempo de exposlcao a luz durante o clclo clrcadiano, a temperatura corporal, as condicbes hormonals, a ldade, a especle, ao sexo e ao estoque ou llnhagem do animal (Brainard, 1989; Duncan e O'Steen, 1985; O'Steen, 1980; Saltarelll e Coppola, 1979; Semple-Rowland e Dawson, 1987; Wax, 1977). Em geral, a luz deve atlnglr toda a Irea de manutencao dos animals, fornecer iluminacuo suficlente para o seu bem-estar e para permltlr boas prItlcas de culdado; inspecao adequada dos animals - incluindo as galolas colocadas nas pratelelras mais balxas e condlcbes de trabalho seguras para as pessoas. Nas salas de manutencao dos animals, a luz deve proporclonar vlsao adequada e regulacao neuroend6crlna dos ciclos diurnos e circadianos (Bralnard, 1989). O fotoperiodo e um regulador critlco do comportamento reprodutivo em muitas espccies de animals (Bralnard et al., 1986; Cherry,

2 - Amblentes, CQndlgoes de Aloiamento e Manejo de Animals - 45 1987) e tambem pode alterar o ganho de peso corporal e a ingestao de alimentoS (Tucker et al., 1984). Por isso, deve-se minimizar ou evitar a exposiCaO acidentai a luz durante o periodo escuro do ciclo. Como algumas especieS nao se al i men tam em baixa lumi nos idade ou no escuro, os horarioS de iluminagao devem ter duraSao limirada de forma a nao comprometer o bem-estar dos animals. Assim, deve-se empregar um Sisrema de iluminaSao controlado, para garantir um ciclo diurno regular. Alem disso, c preciso, periodicamente, verificar o desempenho do dispositivo co n trol ado r para garan ti r um ciclo de l uz regular Os animals de laboratGrio mais comumente usados sao noturnos. Como o rato albino e mais suscepdvel a rerinopatia fotot6xica do que outras especies, ele tem sido usado como base para a determinagao dos niveis de iluminaSao do ambiente (I.anum, 1979). Nao se encontram na literatura dados sobre intensidades de luz ambiente para outros animals, baseados em estudos cientificos. Niveis de luz de aproximadamente 325 h~x (30 velas por pe) a cerca de 1,0 m (3,3 pes) acima do chao parecem ser suficientes para o cuidado animal e nao provocam sintomas clinicos de retinopatia fatot6xica em ratos albinos (Bellhorm, 1980). E niveis de ate 400 lux (37 velas por pe) medidos numa sala vazia a 1,0 m do chao foram considerados satisfatbrios para roedores, se forem usadas praticas de manejo para evitar les6es de retina em animals albinos (Clough, 1982). No entanto, a experiencia de um determinado animal com a luz pode alterar sua sensibilidade a fototoxicidade. Por exemplo, ha registro de um caso em que luz de 130 a 270 l ux aci ma da i ntensidade l uminosa so b a q ual o animal fo i cri ado estaria pr6xima do limite de uma lesao na retina em alguns ratos albinos, de acordo com evidencias hisrolUgicas, morfometricas e eletrofisiol6gicas (Semple-Rowland e Dawson, 1987). Algumas normas recomendam uma intensidade luminosa de ate 40 lux no meio da gaiola em que o animal esta localizado (Nasa, 1988). Camundongos jovens albinos ou pigmentados preferem iluminaSao bem mais baixa que os adultos (Wax, 1977), embora a possibilidade de lesao de retina associada com o alojamento desses roedores em niveis mais altos de luminosidade seja reversivel na maioria dos casos. Assim, para os animals que renham apresentado suscetibilidade a retinopatia fotot6xica, o nivel de luz na rtaiola ~rve ecrar enrre la(l e a7q IBIY

46 - Manual sobre C~eidados e usos de Animais de Laboratorio Praticas de manejo, como a rora,cao da galola em relacao a fonte de hlz (Greenmam et al., 1982) ou proporclonar aos animals melos para modlficar sua pr6prla exposlSao a luz atraves do comportamento (por exemplo, construlndo um tunel ou se escondendo em alguma estrutura), podem ser usadas para reduzlr o estimulo lumlnoso lnadequado para os animais. Assim, para garantlr llumlnasao a um custo menor e de acordo com as necessldades dos animals e do pesso al que trabalha co m eles , e preclso crlar mecanlsmos de controle da varla,cao da lntensldade lumlnosa. Para lsso pode-se utlllzar alguma forma da escala de Vernier e de um disposltivo que interrompa o fornecimento de luz, que nao soja utlllzado slmplesmente para apagar e acender a luz da sala. No que se refere a unlformldade da llumlnacao, ao indlce de tonalidade de cor, a protefdo, ao controle de brilho, a redexao, ao tempo de vlda utll, a geracao de calor e a selec,ao e establlldade do lastro, pode-se fazer uso do Manual da Sociedade de Engenharia de lluminafao da Aminca do Norte (IESNA) (Kaufman, 1984, 1987). Ruido O ruido produzldo pelos animals e aqueles decorrentes das arlvldades que dlzem respelto aos seus culdados e prdprlo do funclonamento de uma lnstalacao ocupada por animals (Pfaff e Stecker, 1976). Portanto, o controle do ruldo deve ser levado em conslderacao no projeto e no funclonamento das lnstalasbes (Pekrul, 1991). Ao se proceder a avallafao dos efelros causados pelo ruldo sobre um animal, devem-se conslderar a lntensldade, a frequcacla, a rapldez com que o ruido e lnlclado, a dura,cao e a posslbllldade de vlbracao do som, bem como a varlacao da ampllrude audfvel, o hlsrdrlco de exposlc,ao ao ruido e a suscetlbllldade da especle, do estoque ou da llnhagem sob efelto do som. Uma medlda eficaz para dlmlnulr lncbmodos gerados por ruidos e separar as areas destlnadas a pessoas. Animals barulhentos - caes, suinos, caprlnos e prlmatas nao-humanos - devem ser alojados longe de animals mals sllenclosos, como roedores, coelhos e gatos. E preferivel projetar amblentes de forma a acomodar corretamente os animals que produzem ruido, do que recorrer a metodos de redu,cao do ruldo. A exposlcao a ruldos aclma de 85 dB pode causar tanto efeltos audltlvos quanto nao-

:. 1 2 - Ambiences, Condicoes de Alojamento e Manejo de Animals - 47 auditlvos (Fletcher, 197G; Peterson, 1980), como eoslnopenia e aumento de peso das supra-renais em roedores (Geber et al., 1966, Nayfield e Besch, 1981), fertilldade redutlda em roedores (Zondek e Tamarl, 1964) e aumento da pressao arterial em prlmatas nao-humanos (Peterson et al., 1981). Como multas especles podem ouvlr frequenclas sonoras que sao lnaudivels para os humanos (Brown e Pye, 1975; Warfield, 1973), e preclso conslderar com culdado os efeltos potenclals de equlpamentos e materlals que produzem ruido denrro da amplitude audivel de animals pr6xlmos, como aparelhos de televlsao, por exemplo (Sales, 1991). Atlvldades que produzem barulho devem ser realizadas, sempre que possivel, em salas ou areas distintas daquelas utillzadas para alojamento animal. Como mudancas em padrdes de exposlcao sonora produzem efeltos distintos em animals dlferentes (Armarlo et al., 1985, Clough, 1982), as pessoas que rrabalham com animals devem renrar evitar, ao maximo, a producao de ruido desnecessario. Podem-se diminuir ruidos excesslvos e lntermltentes treinando-se o pessoal em praticas alternativas como o uso de rodas e para-choques nos carrinhos, caminhhes e estantes capazes de absorver choques que provocam ruidos. Radios, alarmes e outros equlpamentos que produzem som nao devem ser usados na salas ocupadas por anlmais, salvo se prevlsto no protocolo aprovado ou se fizer parte de um programa de trabalho. MANEJO COMPORTAMENTAL Amblente Estrutural O ambiente estrutural consiste nos elementos que compbem o recintO primario: utensilios da gaiola, acessorios usados para enriquccer o amblente, objetos para serem manipulados pelos animals e outros que ajudam na elaboracao do amblente. Dependendo da especle e dos hablros do animal, o amblente estrutural deve lnclulr pranchas para descanso, pratelelras ou polelros, brlnquedos, materials para forragem e para a construsao de nlnhos, tunels, balan,cos ou outros objetos que aumentem as chances de os animals manlfestarem-se de acordo com os comportamentos tiplcos de sua especle e aumentando o bem-estar dos animals. Alnda que, nos ultimos anos, tenha-se aprendldo basrante sobre

48 - Manual sobre Culclados e usos de Animals de l.aborat6rlo a blologla e as necessldades amblentals de multos animals, cre-se que e necessarlo saber alnda mals, e para lsso deve-se contlnuar realizando pesquisas que possam vir a melhorar o bem-estar dos animals de experlmentacao. No Apendlce A e nas referenclas blbllograficas lndlcadas pelo Centro de Informa;6es sobre o Bem-Estar Animal (AWIC, 1992; NRC, no prelo) seleclonam-se publlcac6es que descrevem estrateglas para a melhorla do amblente das especles de animals de laborat6rlo mals usadas. Ambiente Social As necessldades socials dos animals sao muito lmportantes. No amblente social geralmente ocorrem conratos fislcos e comunlcacao entre membros da mesma especle (coespeclficos), ainda que multas vezes haja comunlcacao, sem toque, entre lndlviduos atraves de slnais visuals, auditivos e olfatlvos. Quando for convenlente e compativel com o protocolo, os anlmals socials devem ser alojados tendo contato fislco com os coespecLficos. Por exemplo, a formacao de grupos de prlmatas ou canideos pode ser benefica se os lndlviduos forem compativels. As lnteracbes socials entre coespecificos sao essenclals para o desenvolvlmento normal em maltas especles. O contato social pode atenuar os efeltos de estresses (Gust et al., 1994), reduzlr comportamentos anormals (Reinhardt et al., 1988, 1989), aumentar as chances de reallzar exerciclos (Whary et al., 1993) e ampllar o comportamento riplco da especle e a estlmulacao cognltiva. Fatores como a densldade populaclonal, a capacldade para dlspersao, a famlllarldade lnlclal entre os anlmais e a poslcao social devem ser avallados quando se estlver agrupando os animals (Borer et al., 1988; Diamond et al., 1987; Drlckamer, 1977; Harvey e Chevlns, 1987; Orrlz et al., 1985; Vandenbergh, 1986, 1989). Desse modo, por ocaslao da selecao de um amblente social, deve-se conslderar se os animals sao naturalmente territorials ou socials e se convem aloja- los lndlvldualmente, ou em pares ou em grupos. O conheclmento do comportamento natural tlpico da especie facllltara o sucesso do alojamento em grupos. Entretanto, nem todos os membros de uma especle podem ou devem ser mantldos em grupo, uma vez que podem exlstlr razbes experlmentais, de saude e comportamentals que lmpedem o sucesso desse

- 2 - Ambienres, Condic&es de Aloja~ne-n~o e Manejo de Anim. is ~9 tipo de alojamento. E preciso considerar que o alojamcnro social pode aumentar a lncldencia de ferlmentos nos animals provocados por brlgas (Bayne et al., 1995), aumentar a suscetibilidade a doencas metab61icas, como arterosclerose (Kaplan et al., 1982), e alterar func6es fisiol6glcas e comportamentals (Bernstein, 1964; Bernstein et al., 1974a,b). Isso sem contar que existem diferencas de compatibilidade entre os sexos em varias especies (Crockett et al., 1994; Grant e Macintosh, 1963; Vandenbergh, 1971i vom Saal, 1984). Logo, se os animals forem socialmente compativeis e se a unidade socia for estavel, os riscos provocados pelo alojamento social podem ser bem reduzidos. Reco menda-se o aloj ame n to do s an i m al s em g rupo s ; e n cretan to , quando for necessario aloja-los individualmente, devem ser providenciadas ourras formas para compensar a ausencia dos outros animais, tais como possib;htar um contato seguro e saudavel com os funcionarios responsIveis pelos cuidados e uma melhoria da estrutura ambienta. Atividade . . - ~ i. .: 1 ~ 1 A atividade animal implica tipicamente atividade motora, mas tambem inciui atividade cognitiva e interacao social, os animals mantldos em ambienre de laboratbrio podem apresentar um perfil de atividade mais limitado do que aqueles em liberdade e sua capacidade de locomocao, como tambem o uso da dimensao vertical, deve ser considerada ao se determinar um aloiamento adequado ou ao se avaliar a pertinencla da freqiiencla ou da qualldade de uma atlvldade desempenhada por um animal. Asslm, devem-se evltar as atividades forcadas que nao visem objetlvos terapeutlcos ou nao sejam aprovadas pelo protocolo. Na maloria das especles, a ativldade fislca repetltlva, sem uma finalidade csyccifica c que exchli outros comportamentos, nao e recomendada (AWIC, 1992i Bayne, 1 99 1; NRC, no prelo; ver tambem Apendice A, "Enriquecimento".) Aos animals deve ser oferecida a oportunidade de demonstrar padrbes de atividade tipicos da especle. Caes, gatos e multos ourros animals domestlcos sao beneficlados com uma lnteracao humana saudavel (Rollin, 1990). Aos caes pode ser dada oportunidade para realizarem exerciclos caminhando presos a uma correia, com acesso a um cercado ou transferencla Dara outra area (como uma sala. raiola maior ou cercado

50 - Manual sobre Cc~idados e usos de Ani~nais de Laborat6rio externo), para poderem se socializar, brincar ou explorar o local. Mulfa vezes sao usadas gaiolas em alojamentos de caes em curto prazo, para ate ndl mento med i co -veteri n dri o e por motl vos de pesquisa. No entanto , ao lnves de galolas, pode-se optar por cercados, pasros e outras areas fora da gal o la que p ropo rclonam mals espaco para os animals se movimentarem (Wolff e Rupert, 1991). Para grandes animals de fazenda, como ovinos, equlnos e bovlnos, e lmportante dlspor de espacos tanto para descanso quanto para a realizacao de exerclclos e pastagens. CRIAC, AO Alimento Aos animals devem ser of erecldos dlariamenre alimentos saborosos, nao-contaminados e nutricionalmente adequados ou segundo suas necessldades partlculares, salvo se o protocolo ao qual estao submetldos exigir uma dicta diferente. Nesse sentldo, subcomlssdes da Comlssao sobre Nutricao Animal do National Research Council elaboraram metodos detalhados de tratamento das necessidades nutricionais de anlmais de laboratbrio (NRC, 1977, 1978, 1981a,b, 1982, 1983, 1984, 1985a,b, ]986, 1988, 1989a,b, 1994, 1995). Suas publica,cbes tratam de temas ligados a garantla da qualldade, a necessidade de ausencia de contamlnantes qulmlcos ou microbianos e a presenca de venenos naturals nos allmentos, e a taxa de absorcao dos nuttientes presentes nos alimentos e seu sabor Os administradores de colonias de animals devem ser crlterlosos na compra, transporte, armazenamento e manlpulacao do allmento para evitar a introdu,cao de doen,cas, parasitas, vetores potenciais de doencas (por exemplo, insetos e outras pragas) e contaminantes qulmicos nesses locals. Nesse sentido, e conveniente que as pessoas responsaveis pela aquisicao dos alimentos tenham conhecimento sobre os procedimentos e as pratlcas dos fornecedores e fabricantes para proteger e garantir a qualidade da dicta (por exemplo, armazenamento, controle de pragas e metodos de manipulafao). As instituicbes devem exigir dos vendedores de alimento o fornecimento periddico de dados sobre a analise de nutrlentes essencials dos produtos, alem de observarem data de fabricacao e outros fatores que afetam o tempo de armazenamento dos atlmenros.

2 - Ambientes, Condic6es de Alojamento e Manejo de Animais - Sl [; Alimentos envelhecidos ou transportados e armazenados inadequa- damente podem apresentar deficiencias nutricionais. Deve-se prestar muita atencao nas quantidades recebidas em cada carregamento c tomar providencias para que os alimentos mais velhos soiam consumidos pumel ro. Os locais onde as dietas e seus ingredientes sao preparados ou armazenados devem ser mantidos limpos e fechados, para evitar a entrada de pragas. Os alimentos devem ser armazenados distantes do chao, em esrrados, prateleiras ou carrinhos. Sacos de racao abertos e que nao estejam em uso devem ser armazenados em recipientes para diminuir a contaminacao e evitar a possibilidade de disseminacao de pat6genos. Como a exposicao a temperaturas acima de 21 C (70 F), bem como umidade relativa do ar muito alta, falta de higiene, luz, oxigenio, insetos e outras pragas aceleram a deterioracao do alimento, devem-se tomar precauc6es para que os animais nao se alimentem com itens pereclveis— como carnes, frutas e verduras. A presenca de contaminantes nos alimentos pode causar efeitos perigosos em processos bioqufmicos e fisiol6gicos, ainda que as co ncentracoes dos agen ces de co n tam inacao sejam muito baixas para provocar sintomas de intoxicasao. Por exemplo, alguns contaminantes induzem a sfntese de enzimas hepaticas que podem ~Iterar a resposta do animal a drogas (Ames et al., 1993; Newberne, ~'ii975). Experiencias podem exigir o uso de dietas para animais testadas anteriormente, nas quais os agentes de contaminacao biol6gicos e nao- biol6gicos precisam ser identificados e suas concentracoes especificadas. A maioria das dietas secas e formuladas com ingredientes namrais que contem conselvantes que forem armazenadas adequadamente pode ser usada ate seis meses apbs a sua fabricacao. Entreranro, a vitamina C encontrada em racoes industrializadas tem geralmente vida util de apenas tres meses na prateleira, o que requer o uso de formas estabilizadas dessa vitamina, para aumentar a vida util da racao. Assim, se uma dieta que contem vitamina C fora do prazo de validade for dada como alimento aos animais que exigem esta vitamina na dieta, e necessario fornecer um suplemento adequado de vitamina C. A refrigeracao conscrva a qualidade nutritiva e aumenta a vida util da dieta, mas o tempo de armazenamento do alimento deve ser o m enor poss ivel . Al em di sso , to das as reco m end acoes do fabricante devem ser seguidas. Como as dietas purificadas e quimicamente definidas sao geralmente menos estaveis que as dietas com

52 - Manual sobre Cuidados e usos de Animais de Laboral6rio ingredientes nah~rais e sua vlda utll e normalmente menor que sels meses (Fullerton et al., 1982), tais dletas devem ser armazenadas a 4 C (39 F) ou menos. Dletas autoclavaveis exlgem ajustes nas concentrasdes dos nutrlentes, nos tipos de ingredientes e nos metodos de preparacao para resistir a degradacao durante a esterilizacao (Wostman, 1975). A data de esterillzacao deve ser regisrrada e a dicta utillzada tapldamente. Dletas autoclavavels podem ser subscituidas por dietas irradiadas. Os comedouros devem sel projetados e dispostos de modo a petmitlr o facll acesso ao allmento e dlmlnulr a contamlnacao com urlna e fezes. Quando os animals forem alojados em grupos, devera haver espaco suficiente e local para aiimentafao, a fim de dimlnulr a competlcao pela comida e assegurar o acesso ao allmento para todos os animals, especialmente se o allmento for controlado como parte do ptotocolo ou da rotlna de manejo. Alem dlsso, os reclplentes para estocagem de alimentos nao devem ser transportados entre areas que of erecem diferentes riscos de contamlnacao e devem ser llmpos e higlenlzados regularmente. Comprovou-se que a restr4ao moderada na lngestao de calorlas e proteloas, por razbes clLnlcas ou de manejo, aumenta a longevldade e dlmlnul as taxas de obesldade, reproducao e cancer em varias especies (Ames et al., 1993; Keenan et al., 1994). Para isso, deve-se dimimlir na dicta o total de energia metabollzavel, a densidade proteica, ou ambas, pelo controle da quantidade de racao ou da frequencla de allmentacao dos animals. Para a escolha do mecanlsmo de restricao caldrica, deve-se levar em conta a especie, segundo as adaptac,6es fisiol6gicas e as respostas metab61lcas (Levellle e Hanson, 1966). A restrlcao caldrlca e uma pratica acelta quando se pretende alojar algumas especles por longos periodos de tempo, como roedores e coelhos, e como metodo auxlllar em alguns procedimentos clLnicos e cirurgicos. Em algumas especies (como primatas nao-humanos) e em algumas ocasi6es, podem-se varlar dletas nutrlclonalmente balanceadas e oferecer allmentos preferldos pelos animals, lnclulndo legumes frescos, para melhorar o bem-estar dos animals. Entretanto, deve-se ter o culdado de nao alterar as dletas. Sabe-se que, ao se oferecer uma varledade de alimentos nao-balanceados, mnltos animals nao seleclonam uma dicta balanceada e tornam-se obesos, pelo consumo de allmentos energetlcos e com baixo teor protelco (Moore, 1987). Recomenda-se evitar mudancas

2 - Ambientes, Condi5Oes de Alojamenro e Manejo de Animais - s3 bruscas (que sao dificeis de evitar no desmame), porque podem causar disturbios digestivos e metab61icos. Tanto os onivoros, quanto carnivoros e herb(voros podem ser afetados por essas mudansas, mas sao especialmente os herbivoros os mais sensiveis (Eadie e Mann, 1970). : Agua Os animais devem ter acesso normal a agua potavel e nao- contamillada de acordo com suas necessidades individuais. A qualidade da Igua e a definicao de agua potavel podem variar dependendo da localidade (Homberger et al., ~ 993). Pode ser necessario o monitoramento periddico do pH, da composicao mineral e do grau de contaminacao microbiana ou quLmica, para garantir que a qualidade da agua seja satisfatbria, especiaimente para o uso em estudos em que os componentes normais da agua, num determinado local, podem infiuenciar os resultados obtidos. A agua pode ser tratada ou purificada para diminuir ou eliminar contaminantes quando os protocolos exigirem agua com alto grau de purificacao. A escolha dos metodos de ttatamento de agua deve ser cuidadosa porque maitas formas de tratamento podem causar alreracoes fisiol6gicas, mudan,cas na microflora ou efeitos nos resultados experimentais (Fidler, 1977; Hall et al., 1980; Hermann et al., 1982; Homberger er al., 1993). Por exemplo, a cloracao da agua pode ser util para algumas especies, mas r6xica para outras (como as especies aquaticas). Os equipamentos usados para ingestao de agua, como tubos de beber agua e bebedouros automaticos, devem ser examinados diariarnente para garanrir a manutencao, a limpeza e o funcionamento adequados. Algumas vezes e preciso treinar os animais para usar os equipamentos automaticos. E preferivel substituir as mamadeiras de agua do que enche- las novamente, por causa da possibilidade de contaminacao microbiol6gica cruzada. No entanto, se isso nao for possivel, no caso de as mamadeiras serem enchidas novamente, deve-se tomar cuidado para recolocar cada mamadeira na gaiola da qual foi retirada. Os animais alojados em instalacoes externas podem ter acesso a outras fontes de agua alem daquela fornecida pelos bebedouros, como a agua disponivel em riachos e pocas que se formam apbs uma chuva forte. Por isso, deve- se ter o cuidado para que essas fontes de agua adicionais nao oferecam riscos a saude animal e assim e preciso evita-los.

54 - Mant al sobre Ctlldados e usos de Animais de Laborat6rio Camas O material usado para as camas dos animals e um fator que podc influenciar os dados experimentais e o bem-estar animal, de sorte que o veterinario ou o administrador das instalacbes, apbs consultar os pesquisadores, deve selecionar o mais adequado. Pode-se dizer que nao existe um material ideal para qualquer especie em todas as condic6es experimentais e de manejo, tampouco para todas as especies (por exemplo, para algumas especies, e indicado material que permite a formacao de tuneis). Varios autores (Gibson et al., 1987; Jones, 1977; Kraft, 1980; Thigpen et al., 1989; Weichbrod et al., 1986) descreveram caraterlsticas e metodos satisfatbrios para ava iaSao das camas. Camas de madeira mole tem sido usadas, mas deve-se evitar o uso de lascas e poquenos pedacos sem tratamento, porque podem afetar o metabolismo dos animals (Vessell, 1967; Vessell et al., 1973, 1976). Lascas de cedro nao sao recomendadas porque emitem hidrocarbonetos aromaticos que induzem enzimas hepaticas microssomais e citotoxicidade (Torronen et al., 1989; Weichbrod er al., 1986, 1988) e tem sido relacionadas com o aumento da incidencia de cancer (Jacobs e Dieter, 1978; Vlahakis, 1977). Para evitar esse problema, segerem-se tratamentos de calor aplicados aos materials das camas antes de serem usados, que reduzem a concentrac,ao de hidrocarbonetos aromaticos. Ao se adquirir os materials de cama, devem-se avaliar os metodos de fabricacao, monitoramento e armazenamento utilizados pelos vendedores. As camas devem ser transportadas e armazenadas sem manter contato com o chao. Elas podem ser colocadas em estrados, esrantes ou carrinhos, para garanria de sua qualidade e evitar contaminacao. Uma vez que, durante o processo de higieniza,cao, o marerial das camas pode encher-se de umidade e, consequentemente, perder sua capacidade de absorcao, o que permite o crescimento de microrganismos, devem-se ado tar, al em de p roced i mento s de secagem , co n di c6 es ap rop r iadas de armazenamento. O material das camas deve ser usado em quantidade suficiente para manter os animals secos entre as trocas de gaiola e, no caso de poquetlos animals de laborat6rio, tomal cuidado para que o material das camas nao entre em contato com os mbos de agua de beber, para que nao ocorra vazamento de agua dentro da gaiola.

r~ 2 - Ambientes, Condicoes de Alojamento e Manejo de Animals - 55 Higlene A higienlzasao, processo que garante as condlsbes de sadde dos anlmais, inclui a troca do material das camas (como lndlcado), sua llmpeza e deslnfecsao. A limpeza remove excessos de sujelra e acumulo de restos de materiais, e a deslnfecsao reduz ou ellmina concentrasbes inaceltavels de mlcrorganismos. A frequencla e a lntensldade da llmpeza e da deslnfecCao deverao ser suficlentes para proporcionar um amblente saudlvel para os animals, de acordo com seu comportamento nonnal e com suas caracrerlsticas fislol6glcas. Os metodos e a frequencia de higienizaSao varlam dependendo de muitos fatores, como tipo, proptiedadcs flsicas e tamantlo do recinto; tlpo, numero, tamanho, idade e condisao reprodutiva dos animals; uso e tlpo dos materials das camas; temperarura e umldade relativa do ar; natureza dos materials que dao orlgem a necessldade de higlenlzasao; caracterlstlcas fislol6gicas e comportamentals dos animals; e a frequencla com que os recintos sao sujos. Alguns sistemas de alojamento ou de protocolos experimentals podem exlgir recnicas especlficas de manejo, como a manlpulasao asseprlca ou a modlficasao na frequencla de troca do material das camas. Agentes destlnados a inlblr os odores produzidos pelos anirnals nao devem ser usados nas lnstalas6es onde os animals sao alojados. Em lugar do uso desses produros devem-se adotar boas pratlcas de hlglene ou o forneclmento de ventllasao adequada. E preclso conslderar que tais produtos exp6em os anlmais a compostos volateis que podem alterar processos fisiol6gicos e metab61icos importantes. Troca jar Camas Deve-se remover o material sujo das camas e substltul-lo por materlais novos, tantas vezes quantas forem necessarias, para manrer os anlmais limpos e secos. A frequencia dessa troca depende de avaliasao profissional dos responsaveis pelo cuidado dos animals com base nas decis6es tonnadas junto com o pesquisador Depende tambem de fatores como o nunnero e o tamanho dos animals no recinto primarlo, o tamanho do reclnto, a produgao de fezes e urlna, a aparencla e a umidade das camas, as condis6es experlmentais, como aquelas resultantes de cirurgia

56 - Manual so . Ou de debilidade do animal, que podem restringir os movimentos ou o acesso dos animais a partes da gaiola que nao estejam sujas com fezes e urina. Nao existe uma &equencia minima fixa para a troca das camas, mas normalmente ela varia entre trocas diarias e semanais. Em alguns casos, e contra-indicada a troca frequente das camas, como durante algumas fases do periodo pre ou pbs-parto, quando ferombnios sao essenciais para o sucesso da reproducao, ou quando os objetivos da pesquisa nao permitirem. -e Cuidados e usos de Animais de Laborat6rio Lirnpeza e Desinfeccao dos Recintos Pnm~rios Para cercados e currais, lavar frequentemente com jatos de agua e usar periodicamente detergentes ou desinfetantes sao praticas que geralmente mantem as superflcies limpas. Para o caso de remover restos de sujoira produzidos pelos animais com jatos de agua, isto devera ser feito pelo menos uma vez por dia. mantendo-se os animais secos duraore essa lavagem. Para definicao do clonograma de limpeza de cercados e currais, devem-se levar em consideracao os processos fisiol6gicos e comporramentais normais dos animais; por exemplo, o reflexo gastroc61ico em animais alimentados com racao resulta em defecacao pouco tempo depois do consumo do alimento. A frequencia de limpeza das gaiolas, estantes das gaiolas e equipamentos afins, como bobedouros e comedouros, e definida, ate certo ponto, pelo tipo de confinamento e pelas praticas de manejo usadas, como trocas regulares de cama, lavagem periddica das bandgas das gaiolas e uso de gaiolas com piso de arame ou piso perfurado. Geralmente, recintos e acessbrios, como as tampas, devem ser limpos pelo menos uma vez a cada duas semanas. Gaiolas com piso s61ido, mamadeiras e bicos de bebedouros, usualmente uma vez por semana. Alguns tipos de gaiolas e estanres podem requerer limpeza ou desinfeccao menos freqiiente. Trata-se de gaiolas grandes, com densidade muito baixa de animais e trocas ftequentes de cama; gaiolas que alojam animais em condicbes gnotobi6ticas com trocas frequentes de cama, gaiolas ventiladas individualmente; e gaiolas usadas para circunstancias especiais. Algumas circunstancias, como alojamento em microisoladores ou em recintos densamente ocupados, podem exigir limpeza mais frequente.

- 2—Atubientes, Condi~oes de Alojamento e Manejo de Animais—57 Como coelhos e alguns roedores, por exemplo cobaias e harns~rs, produzem urina com aitas concentracbes de proteinas e minerais, estes minerais e os compostos organicos na urina mnitas vezes aderem as superficies da gaiola, o que exige tratamento com soluc6es acidas antes da lavagem, Os recintos primarios podem ser desinfetados com produtos qufmicos, com agua quente, ou com uma combinacao de ambos. O rempo e as condic6es de lavagem devem ser o suficiente para matar as formas vegetativas de bactcrias comuns e de outros organismos que devem _ ser con trolados pelo programa de higiene . No caso de se usar so mente agua, o que desinfeta e o efeito combinado da temperatura e o tempo de exposisao da superficie a uma dada temperatura (fator acumulativo de calor). O mesmo fator acumulativo de calor pode ser obtido pela exposifao dos organismos a temperaruras muito altas por curtos perlodos ou sua exposicao a baixas temperaturas por longos periodos (Wardrip et al., 1994). A desinfeccao efetiva pode ser alcancada com lavagem e euxague de agua a 143-180 F ou mais. A exigencia da temperatura tradicional de 82,2 C (180 F) para a agua do euxague se refere a agua do tanque ou j~' nos tubos de spray. Os detergentes e desinfetantes qulmicos aumentam 4~>, i a eficiencia da agua quente, mas devem ser completamente enxaguados das superflcies antes que o equipamento seja usado novamente. A lavagem e a desinfeccao manual de gaiolas e equipamentos com agua quente e detergentes ou desinfetantes podem ser eficientes, mas exigem atencao aos detalhes. E muito importante gatantir que todos os reslduos qulmicos sejam eliminados das superflcies e que os funcionarios tenham equipamento apropriado para protecao contra a exposicao a agua quente ou aos produtos quimicos utilizados no processo. Mangueiras de agua, bicos de bebedouros, rolhas, comedouros e outras poquenas pesas de equipamento devem ser lavados com detergentes, agua quente e, quando necessario, com produtos qulmicos que destruam os microrganismos. S e fo re m util izados s is tem as auto m ati co s de agua, reco menda-se o uso de a gum mecanismo para garantir que microrganismos e restos nao se acumulem nos dispositivos que contem agua. O mecanismo pode ser periodicamente lavado com jatos de agua em grande quantidade ou com produtos qulmicos apropriados, seguido de um enxagiie completo. Alcas com constante recirculacao de agua que usam filtros em bom estado,

ss -.Mar~ual sob~e Cuidados e usos de Animais de Laboratorio luz ultravloleta ou outros dispositivos para esterillzar a agua reclrculada tambem sao eficientes. Os metodos rotineiros de limpeza e desinfec,cao sao suficientes para a maiotia dos equlpamentos utilizados pata o cuidado de animals. Entretanto, se houver microrganismos patogenicos ou animals com uma microHora altamente definida ou com imunodeficiencla, podeta haver a necessidade de esterilizar as gaiolas e os equipamentos afins apbs a lavagem e a deslnfeccuo. Ha de se conslderar que os dlspositivos de esterilizacao devem ser regularmente callbrados e monltorados para garantir sua seguranca e eficiencia. Limpeza e Desinieefao de Recintos Secrznddrios Todos os componentes de um bloterlo, inclulndo as salas onde os animals sao mantidos e as Ireas de apolo (como areas de armazenamento, instalasbes para lavagem de gaiolas, corredores e salas de procedimentos gerals), devem ser limpos regularmente e deslnfetados de maneira adequa- da as circunstancias, e a frequencia desse procedimento e baseada no uso da area e na natureza da provavel contaminagao. O material de limpeza deve permanecer em areas especificas e nao deve ser transportado entre areas que ofere,cam diferentes riscos de con- taminacao. Os pt6prios objetos de limpeza devem ser limpos regular- menre e ser feitos de material que resista a corrosao. Objetos danificados devem ser substituidos regularmente. Alem disso, todo material deve ser guardado ilmpo e organlzado para facilitar a secagem e diminulr a contamlnacao. Araliando a Efci`^neia da Higienizacao O controle das medldas de higienlzacao deve ser adequado ao processo empregado e aos materlais que estao sendo limpos, o que pode lncluir inspecao dos materials, acompanhamento da temperatura da agua ou monitoramento microblol6glco. A lntensldade dos odores animals, principalmente o da ambuia, nao deve ser a unica forma de avaliar a eficlencla do programa de hlglenlzasao. Para alteracao da frequencla de troca das camas ou de lavagem das galolas deve-se basear em fatores co mo a co nce ntracao de ambnla, a aparenc l a da gal ola, a co n d l cao da cama e o nuLmero e o tamanho dos animals alojados na gaiola.

- - i 2 - Amblentes, Condlcoes de Alojamento e Manejo de Animals—59 Eliminacao do Lixo Os lixos comuns, biol6gicos e de risco devem ser removidos e eliminados regularmenre e com seguranca (NSC, 1979). Para isso ha varlas opcbes. Podem-se contratar empresas comerclals llcencladas e especlallzadas em ellmlnacao de llxo, que geralmente oferecem garantla do cump rl me n to do s regulamentos e de suas no rmas de seguranca. A lnclneracao no local deve obedecer a rodos os regulamentos federais, estaduals e locals. Um numero suficlente de reclplentes de llxo, devldamente etiquetados, deve ser estrategicamente colocado ao longo de toda a instalacao. Tals reciplentes devem ser a prova de vazamento e possulr rampas que fechem hermetlcamente. Devem-se usar sacos de llxo descartlvels e lavar regularmente os reclplentes e objetos usados para coleta do lixo. Para o armazenamento de lixo, deve-se contar com uma area especlfica e livre de insetos e de outras pragas. No caso de o marerial a ser eliminado preclsar ser armazenado a balxas temperaturas, deve set utllizado um refrlgerador, congelador ou camara, devidamente etlquetado. E preclso tornar o lixo que oferece rlsco em llxo seguro; lsso pode ser feito por melo de esterilizacao, deposicao em recipientcs lacrados ou outro metodo adequado antes de ser removido das lnstalacbes (US EPA, 1986). Lixos radloanvos devem ser mantldos em reclplenres devldamente etlquetados e sua ellmlnacao deve ser dlretamente coordenada por especl al l stas em segu ran ca radl o atlva, de aco rdo co m os regulam e n ros federals e estaduals. O governo federal e a malorla dos estados e munlciplos possuem regulamentos que controlam a ellmlnacao de llxos de rlsco, e o cumprlmento dos regulamentos referentes ao uso (Capitulo 1) e elunlnacao de agentes de rlsco e de responsabllldade da lnstltulcao. Carcacas de anlmals lnfectados podem ser lnclneradas no local ou recolhldas por uma firma especlallzada. Os procedlmentos para empacotamento no local, etlquetagem, transporte e armazenamento desses llxos devem fazer parte das polltlcas de saude e seguransa do trabalho. Llxos de rlsco toxlcos, carclnogenlcos, lnlOamavels, corroslvos, reatlvos ou de alguma forma lnsravels devem ser colocados em reclplenres devldamente etlquetados e eliminados de acordo com as recomenda,cbes

60 - Ma nu al sobre Cu idados e Usos de Ani mais de Laboratorio dos especialistas em saude e seguranca do trabalho. Somente em alguns casos podem-se compactar ou misturar esses lixos. Controle de Pragas Essenciais num ambiente ocupado por animais, programas voltados para a prevencao, cmltrole e eliminacao de pragas devem permitir o cm~trole e acompanhamento com registros periddicos. Um bom programa evita a entrada de pragas e impede sua instalacao nas areas ocupadas por animais. Tambem para animais em instalac6es externas, deve-se considerar a elimina,cao ou a diminuicao dos possiveis riscos causados por pragas e predadores. Uma vez que pesticidas podem causar efeitos t6xicos em animais de pesquisa e interferir nos procedimentos experimentais (Ohio Cooperative Extension Service, 1987a,b), eles podem ser usados apenas quando nao houver outra alternativa. Os pesquisadores diretamente em contato com animais expostos a pesticidas devem ser consultados antes da aplica,cao desses produtos. Alem disso, o uso de pesticidas deve ser registrado e coordenado juntamente com as pessoas responsaveis pelos cuidados dos animais e deve estar de acordo com os regulamentos federais, estaduais e locais. Sempre que possivel, devem-se usar metodos de controle de pragas que nao sejam t6xicos, como agentes reguladores do crescimento de insetos (Donahue et al., 1989; Garg e DonaLue, 1989; King e Bennett, 1989), e substancias nao-t6xicas (por exemplo, sllica gel amorfa). No caso de se empregar armadilhas, os metodos devem ser humanitarios; armadilhas usadas para capturar insetos vivos exigem observacao frequente e eutanasia humanitaria apbs a captura. Cuidados de EmergQncia, Finais de Semana e Feriados Aos animais devem ser of erecidos cuidados por pessoal qualificado todos os dias, inclusive nos finais de semana e feriados, tanto para assegurar seu bem-estar como para satisfazer as exig@ncias das pesquisas. Tambem deve-se disponibilizar atendimento medico-veterinario de emerg@ncia depois dos tumos normais de trabalho, nos finais de semana e nos feriados. Em caso de emerg@ncia, as pessoas responsaveis pela seguranca da instituicao, aos bombeiros ou policiais deve-se possibilitar o contato imediato com as pessoas responsaveis pelos animais. Esta medida pode

2 - Ambiemes, Condi50es de Alejamenro e Manejo de Anirnais - 61 ser inaementada fixando-se nas instalacbes, de forma bem visivel, os procedimentos de emergencia, os nomes ou numeros telef6nicos das pessoas responsaveis ou colocando-os no deparramento de seguranSa ou na central telef6nica. Deve ser elaborado, rro programa de seguranca geral do bioterio, um plano de acao para casos de acidentes que leve ern consideracao tanro as pessoas envolvidas quanto os animais. Alem disso, o administrador da coldnia ou o veterinario responsavel pelos animais deve ser membro da comissao de seguranSa da instituicao, um "membro responsavel" dentro da instituicao, que participa ativamente das ac,6es tomadas durante um incidente (Casper, 1991). MANEJO POPULACIONAL Identificac§o e Registros Para a identificacao do animal, usam-se fichas a serem colocadas nas salas, nas estantes, nos currais, nas baias e nas gaiolas com informacbes escritas ou em cddigo de barra; coleiras, faixas, placas e etiquetas; tinturas de varias cores; brincos e medalLas; tatuagens; transmissores subcutaneosi e marcas feitas por congelamento. O metodo de identificacao de pequenos roedores que consiste em cortar os dedos deve ser usado somente quando nenhum outro metodo de identifica,cao individual for possivel e deve ser realizado apenas em recem-nascidos. Nas fichas de identifica,cao, colocam- se a origem do animal, a linhagem ou o estoque, os nomes e enderecos dos pesquisadores responsaveis, as daras perrinentes e o numero do protocolo. Os registros dos animais sao importantes e incluem desde informacbes que se limitam as fichas de identificacao ate a registros computadorizados detalhados para cada animal. Os registros clrnicos de cada animal podem ser valiosos, principalmente para caes, gatos, primaras nao-humanos e animais de fazerrda. Eles devem conter informac6es cllnicas e diagn6sticas pertinentes, data das inoculacoes, histbrico dos procedimentos cirurgicos e dos cuidados pbs-operarbrios e informacbes sobre o uso experimental. Informacbes demogrlficas basicas e o histbrico cllnico aumentam o valor de cada animal para reproducao e pesquisa e devem estar prontamente acessiveis aos pesquisadores, veterinarios e pessoas responsaveis pelo cuidado dos animais.

62 - Manual sobre Cuidados e usos de Animais de Laborarorio Registros do histbrlco da crlacao, do acasalamento e dos perfis comporfamentals sao utels para o mango de multas especles, especialmente de prlmaras nao-humanos (NCR, 1979a). Alnda constltuem reglstros lmportantes aqueles com lnforma,cdes descrltlvas b§slcas para o manejo de colAnlas de animals de vlda longa e devem ser mantldos para cada animal (Dyke, 1933; NCR, 1979a). Estes reglstros geralmente referem-se a especie, a identificacao do animal, a ldentlficagao do pal e da mae, ao sexo, a data de nascimenro ou de aqulslcao, a orlgem, a data de saida e ao destlno final. Eles sao fundamentals para o manqo genetlco e para a avallacao do hlstbrlco das coldnlas, e as lnformac6es relevantes reglstradas devem ser fornecldas quando os animals forem transferldos entre lnstltulcbes. Genetlca e Nomellclatura As caracter~stlcas genetlcas sao importantes no que se refere a selesao e ao manejo dos animals para uso em col6nlas de reproducao e em pesqulsa blomedlca (ver Apendlce A). Informacbes sobre o pedigree permltem selecao adequada dos pares reprodurores e dos animals experlmentals que nao sao aparentados ou de parentesco desconhecldo. Uma vez que e amplo o emprego de animals heterocruzados em pesqulsa blomedlca, o numero de animals que compbem a coldnla fundadora deve ser grande o bastante para garaurlr a heterogeneldade a longo prazo de coldnlas reprodutoras. Para facllltar a comparacao dlreta dos dados de pesqulsa obtldos de animals heterocruzados, devem-se empregar tecnlcas de manejo genetlco para manter a varlabllldade genetlca e equlllbrar as representac6es genetlcas dos animals fundadores (por exemplo, Lacy, 1989; Polley, 1960; Wllliams-Blangero, 1991). A variabllldade genetlca pode ser monltorada por melo de slmula;6es compuradorlzadas, marcadores bloquimlcos, marcadores de DNA, marcadores lmunol6glcos ou anallses genetlcas quantltatlvas de varlavels fislol6glcas (MacCluer et al., 1986; Wllllams-Blangero, 1993). Para atender as necessldades especificas de certas pesqulsas, tem sldo desenvolvldas llnhagens endocruzadas de varlas especies, especialmente roedores (Festlng, 1979; Glll,19~30). O carater homozigoto desses animals aumenta as chances de reproducao e de comparacao de alguns dados experlmentals. Uma vez que se desenvolveram dlversos

- 2 - Amblentes, Concllcoes de Aloiamento e Manejo de Animals - 63 metodos de moniroramento que adotam recnicas imunol6gicas, bioqulmicas e moleculares (Cramer, 1983; Groen, 1977; Hoffmann et al., 1980; Russell ef al., 1993), e imporrante monitorar os animals endocruzados periodicamente quanro ao cararer homozigoto (Festing, 1982; Hedrich, 1990). Por isso, devem-se planejar sistemas de manejo adequados (Green, 1981; Kempthorne, 1957), no sentido de tentar minimizar a contaminacao genetica que possa ocorrer resultante de mutacao e erro no cruzamento. Os an i mal s tra n sgeni co s tem p elo men o s um gene transfe ri do cujo s(tio de integracao e numero de c6pias integradas podem ou nao ter sido controlados, genes integrados podem interagir com genes de background e com fatores ambientais, em parte como funcao do sitio de integracao e , des se modo , cada an im al transgenico pode ser co nsi derado um recurso unico. Deve-se tomar cuidado para preservar esses recursos arraves de procedimenros-padrao de manejo genetico, o que inclui a man utensao de registros detalhados de pedigree e mo nito ramen to geneti co para verificar a presen,ca e a zigosidade de transgenes. A criopreservacao de embribes fertilizados, 6vulos ou espermatoz6ides tambem deve ser considerada como forma de prevencao a alteracbes em rransgenes ao longo do tempo ou por perda acidental da coldnia. Sao muito importantes os registros precisos, com nomenclatura padronizada (quando houver), tanto da linhagem quanto da sublinhagem ou do 6ackground genetico dos animals usados no projeto da pesquisa (NRC, 1979b). Varias publicac6es fornecem regras desenvolvidas por comissbes internacionais para nomenclatura padronizada de roedores e de coelhos hererocruzados (Festing et al., 1972), de ratos endocruzados (Festing e Staats, 1973; Gill, 1984; NCR, 1992a), de camundongos endocruzados (Comissao Internacional de Nomeclatura Genetica Padronizada para Camundongos (Inrernacional Committee on Standardized Genetic Nomeclature for Mice) 1981a,b,c,) e de animals transgenicos (NRC, 1992b). REFERENCIAS Ames, B N. M K Shigenaga, andT M Hagen.1993 Review Oxidants, antioxidams, andthedegenerativediseasesofaging Proc Natl Acad Sci.90:7915-7922.

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